Talk:Symphony No.100 in G major, Hob.I:100 (Haydn, Joseph)

Haydn - Sinfonia nº 100 - "Militar"


1º Movimento - Adagio / Allegro

Instrumentação: Fl, Ob, Fgt, Tr, Tpt, Tp, Vl, Vla, Vlc, Cb.

Adagio (2/2) - G

Nos três primeiros compassos, é apresentado (pelos primeiros violinos) o tema que será desenvolvido ao longo desta introdução. Após cadenciar na tônica, é "respondido" e, em seguida, repetido, porém, com uma cadência na dominante. No compasso nº 9, desenvolvimento temático é tocado pelas cordas. A variação é repetida no compasso seguinte, uma segunda maior abaixo - e nos três compassos seguintes, é realizada uma transição, com elementos temáticos do motivo inicial, que conduz até o tutti do compasso 14 - conduzido pelos violoncelos e contrabaixos. Em seguida, uma nova figuração (ainda derivada do tema) é apresentada, na tonalidade de Eb (relativa maior da subdominante menor), novamente pela seção das cordas; segue-se a repetição pelas cordas, acompanhada dos sopros e de um pedal de dominante que é realizado pelos violoncelos, contrabaixos e fagotes. A codetta se inicia no compasso 21, e a cadência final, na dominante, é realizada pelo tutti.


Allegro

Para que se estabeleça o andamento deste allegro, iguala-se a duração da semicolcheia do adagio à nova duração da semínima. Portando, o allegro será aproximadamente quatro vezes mais rápido do que o adagio. A exposição se inicia com o primeiro tema sendo apresentado pelas madeiras em soli, finalizando com uma cadência na dominante (compasso 31). Em seguida, o mesmo tema é apresentado nas cordas. Esta repetição do tema se encerra, desta vez, em uma cadência na tônica (comp. 39), à qual ataca imediatamente o tutti orquestral, em uma “resposta” ao tema, apresentada pelos primeiros violinos.

Em seguida se inicia um trecho modulante (comp. 49), no qual se repetem cadências executadas por todos os instrumentos, com um “acompanhamento” dos primeiros violinos. São repetidas três vezes as cadências D/7 – T, (D7) – Tr, (D7) – D. No compasso 58, portanto, estabelece-se a dominante, e o que se segue é um trecho que tem por função a “confirmação” desta tonalidade. No compasso 62, surgem escalas ascendentes acompanhadas de um pedal de dominante. Esta seção prepara a repetição do primeiro tema na tonalidade da dominante - que acontece no compasso 73, pelas madeiras em soli (segundo Rosen, em Sonata Forms, esta idéia de se repetir o tema após a cadência na dominante era uma "exclusividade" de Haydn). Após isto, a cadência Tr – S precede uma série de três repetições D7 – T que são alternadas entre as madeiras e as cordas. No compasso 87, o motivo inicial do primeiro tema, nos primeiros violinos e primeiro oboé, irrompe inesperadamente em forte, acompanhado por toda a orquestra, na região harmônica da tônica menor (d). Segue-se então uma progressão harmônica que culmina na dominante, no compasso 92 – e que prepara a exposição do segundo tema.

O segundo tema é uma melodia com acompanhamento, executada pelas cordas . A repetição deste segundo tema termina em uma cadência na dominante, antes da apresentação da “resposta”. Após uma cadência na dominante, surge uma variação do tema, que conduz à codetta, que se inicia no compasso 114 e termina no compasso 125, com uma cadência na dominante.

A seção de desenvolvimento pode ser dividida entre dois episódios. O primeiro, desenvolvido através do segundo grupo temático, inicialmente na tonalidade de Bb (Mediante maior “abaixada”, de G, ou então relativo maior da dominante menor de G, ou ainda, Submediante maior de D, dominante da tonalidade principal), se inicia com a apresentação do tema nesta nova tonalidade, tal e qual apresentado na exposição – porém, sem sua repetição. Interessante a preparação deste primeiro episódio do desenvolvimento (bem como a observância ao rigor formalista do compositor), na qual a modulação para esta tonalidade se dá através da inserção de dois compassos de pausa, logo após o ritornello da exposição. Após esta primeira exposição, uma seção transitória, com acordes de sexta aumentada precedendo dominantes com sétima acompanhando fragmentos temáticos precede um trecho homofônico (tutti menos metais e percussão, em uníssono ou dobramento de oitava) na região do relativo menor da dominante (Dm). Estes dois trechos, a seção transitória e o trecho homofônico, são repetidos uma outra vez, agora na tonalidade de Em, relativo menor da tonalidade principal (G) e relativo menor da subdominante de D (dominante da tonalidade principal) - e tonalidade na qual é apresentado o segundo episódio do desenvolvimento. Ao término desta repetição, estabelece-se um pedal em C, que "sustenta" cadências que são tocadas pelas madeiras. Após uma cadência na dominante (B7), o trecho homofônico aparece novamente, em B, e prepara o novo episódio.

Iniciado no compasso 170, e apresentado pelas madeiras soli, este novo episódio é construído a partir de material do primeiro grupo temático da exposição. Em modo menor, é "respondido" pelas cordas, sendo esta "resposta" o próprio tema do episódio, porém, invertido (e na tonalidade da dominante da relativa). O tema volta às madeiras, na região da subdominante menor, e a resposta, novamente nas cordas, na região da relativa maior. A partir deste instante, a harmonia se aproxima cada vez mais desta tonalidade (relativa maior), que é, na realidade, a tonalidade principal da peça (G). Desenvolve-se um crescendo, a partir do compasso 179, que culmina no compasso 185, quando a textura se adensa por completo, com a entrada dos metais e do tímpano - além do divisi das violas e o desenho melódico continua com os violoncellos, contrabaixos e fagotes, antes de ser assumido pelo tutti no compasso 186 - porém, não mais com a sonoridade homofônica dos outros. A continuação deste trecho consiste em blocos de acordes tocados em progressão por toda a orquestra, em semínimas ou mínimas, conduzindo a mais dois compassos (nos quais novamente há uma transformação na textura) com o fragmento do segundo tema nos cellos, contrabaixos, viola e fagote. Em seguida, primeiros e segundos violinos desenvolvem brevemente este fragmento (compasso 193), com o suporte harmônico de toda a orquestra - que toca a dominante individual de D, e em seguida este mesmo D7, que prepara, assim, a tonalidade principal para a reexposição.

A reexposição acontece no compasso 202, após uma breve preparação executada pelas madeiras soli (e que surge após o estabelecimento da dominante desenvolvido pelas cordas nos compassos anteriores). O primeiro tema é reexposto pelas madeiras, como na exposição, e em seguida repetido por tutti. Em seguida, cadências alternadas entre o conjunto soli das madeiras e o restante da orquestra preparam a reexposição do segundo tema - que acontece após uma passagem em tutti. No compasso 226 surge o segundo tema, agora na tonalidade principal, sem a anacruze que é apresentada na exposição. A "resposta" é apresentada pelo conjunto de madeiras soli, e repetida pelas cordas, cadenciando na dominante. A orquestra toda irrompe em forte, inesperadamente, na tonalidade de Eb (submediante "abaixada"), com o fragmento da "resposta" como tema para esta transição. O final deste trecho é marcado novamente por um compasso em homofonia, com as cordas e o fagote tocando o fragmento do segundo tema.

Tutti volta a tocar, no compasso 247, e os primeiros violinos começam a desenvolver fragmentos escalares em terças, acompanhados, em seguida, pelos segundos violinos. Em 253, desenvolvem-se, como na exposição, três repetições da cadência D7 - T. Dois compassos são então dedicados aos metais, precedendo a (também já conhecida). Este trecho transitório se desenvolve da mesma forma que na exposição - e com o mesmo material, a saber: pedais e fragmentos escalares descendentes e ascendentes.

Após uma cadência na tônica, tem - se início, então, o desenvolvimento da Coda (compasso 273). Cellos, contrabaixos, violas e fagotes tocam uma variação do segundo tema, enquanto os violinos tocam a tônica em colcheias (e o acorde é formado nas madeiras) e as trompas fazem o arpeggio. Surge uma figuração inédita na obra até então: fragmentos escalares em semicolcheias e semínimas pontuadas, nas mesmas vozes estava a melodia (cordas graves + fagotes). Esta figuração passa então aos primeiros violinos, em uma alteração textural (agora, a orquestra pontua a cadência, que se repete três vezes). Fragmentos escalares são então apresentados pelas cordas (menos primeiros violinos) e fagotes, e então pelos primeiros e segundos violinos, até que restem apenas os segundos violinos com a escala, e o restante da orquestra realizando a cadência D - T. Nos três compassos finais, segundos violinos se unem ao restante da orquestra.